terça-feira, 23 de abril de 2013

Evoé papiro


De livro em livro
o pensamento segue irrestrito.
Livram-me das amarras,
 palavras sábias
independem da capa.
De livro em livro
o mínimo traço
vira círculo.
Ontem, tropeçava lendo.
Hoje, voam frases em redemoinho.
Respiro capítulos, parágrafos.
Subtítulos substituem meu vinho,
sorvo goles em tuas páginas,
 sinto-me entorpecido,
ouço o cochicho das traças.
Sinos antigos ecoam em tuas orelhas,
marcadas pro próximo encontro.
Fechado, o livro deixa-me sozinho.
Porém, sigo vivo,
dia após dia, 
de livro em livro.

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