domingo, 30 de outubro de 2011

Frases-bomba

Diversifico
meu texto
prolixo.
Ergo paredes
com frases bem longas,
até parecem
bombas,
me matam por dentro,
chacinam os meses.
Tontas,
frases sinceras,
esperam janelas
na atenção alheia,
enredam-se na teia
da própria escrita
que o poeta semeia.

sábado, 22 de outubro de 2011

Brinco de dizer verdades

Brinco de dizer verdades,
coloco palavras em teus ouvidos,
verbos pendurados,
 presenteio com adjetivos.
Jóias ou Bijuterias?
Palavras ou brincos?

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Líquida alegria

Um croquete
não cura um pileque,
antiga solução pro desamparo,
igual fita K-7.


Dou um toque clássico
à bebedeira semanal,
dose de remédio homeopático
ameniza a atração carnal.


A taça no cio
voluptuosa pede mais vinho,
segura de si no seu hábitat,
minha mesa é seu ninho.



O descaminho do antro bar
me põe à rodar,
como um envelhecido vinil,
hálito etílico, corpo febril,
líquida alegria, não quero largar.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O tempo vivido é um bom negociante, da mesma forma que nos da à experiência, tira de nós a vontade de usá-la.

sábado, 8 de outubro de 2011

Fugitivo

Nuvens viram chuva,
ventos levam tudo,
olhos de coruja
atentos para o mundo.


Nessa comum cadeia livre
muros e grades que me cercam,
hora de alçar voos,
anseios que me libertam.


Olhos cegos que invejavam
não viram o horário,
menos um prisioneiro
já fugi do serpentário.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A deriva nos olhos da esfinge

Do barco, um pouco tenso
me joguei.
Respiração presa logo penso,
hoje chego ao fundo, mergulhei.

Na água é tudo relativo,
perco a distância, o tempo,
cada coisa que eu invento
mar revolto que perigo.

Cheguei ao fundo,
meu instinto começa a procurar,
a maior riqueza desse mundo,
seria um pouco dela pra mim respirar.

Fôlego quase acabando
acho uma faca de dois gumes,
no fundo do mar verde esmeralda
as emoções vem em cardumes.

Voltei pra superfície
e onde está o barco?
Admito o que me marca
são teus olhos de esfinge.

Agora me ponho a nadar
nessas ondas indefinidas,
enquanto nuvens deprimidas
começam a chorar.

O destino pode ser uma nuvem
que chove pingos de coincidências.
Dizer palavras que envolvem
é garantia de eficiência?