quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A deriva nos olhos da esfinge

Do barco, um pouco tenso
me joguei.
Respiração presa logo penso,
hoje chego ao fundo, mergulhei.

Na água é tudo relativo,
perco a distância, o tempo,
cada coisa que eu invento
mar revolto que perigo.

Cheguei ao fundo,
meu instinto começa a procurar,
a maior riqueza desse mundo,
seria um pouco dela pra mim respirar.

Fôlego quase acabando
acho uma faca de dois gumes,
no fundo do mar verde esmeralda
as emoções vem em cardumes.

Voltei pra superfície
e onde está o barco?
Admito o que me marca
são teus olhos de esfinge.

Agora me ponho a nadar
nessas ondas indefinidas,
enquanto nuvens deprimidas
começam a chorar.

O destino pode ser uma nuvem
que chove pingos de coincidências.
Dizer palavras que envolvem
é garantia de eficiência?

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